Brasil pode crescer 4% ao ano se fizer reformas estruturais, diz secretário de Política Econômica

Fábio Kanczuk participou da reunião do Fórum Nacional da Indústria

O FNI foi realizado nesta sexta-feira, em São Paulo

Ainda é cedo para avaliar os efeitos da greve dos caminhoneiros e da recente valorização do dólar diante do real para o desempenho da economia brasileira. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (25) pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fábio Kanczuk. “Essa é a incógnita do momento”, afirmou ele, durante reunião do Fórum Nacional da Indústria (FNI), em São Paulo. No encontro, coordenado pelo vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Afonso Ferreira, o secretário reconheceu os prejuízos trazidos pela greve dos caminhoneiros. Mesmo assim traçou um cenário positivo da economia.

Kanczuk destacou que, apesar da queda registrada na atividade do setor de serviços, a demanda do segmento de bens de capital aumentou 16% e o consumo de bens duráveis cresceu 21% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2017. Ele disse ainda que o endividamento das empresas e das famílias está diminuindo e o emprego vem crescendo, dentro de um cenário de juros e inflação baixos. “Não há motivos para decepção com o desempenho da economia,” afirmou Kanczuk.

O secretário citou as reformas estruturais feitas pelo governo para melhorar o ambiente de negócios, como a imposição de um limite para o crescimento dos gastos públicos e a modernização da legislação trabalhista. “Está faltando a reforma da Previdência e medidas que reduzam a ineficiência do estado e da economia”, admitiu Kanckuk. Ele informou que, nas contas do governo, o Produto Interno Bruto (PIB) poderá crescer 4% ao ano se o país fizer as reformas. “Sem as reformas, o crescimento será de apenas 2% ao ano”, acrescentou. A previsão do governo é que o PIB crescerá 2,5% neste ano e 3,3% em 2019.

Os representantes das associações industriais nacionais que participam do Fórum Nacional da Indústria fizeram um relato dos prejuízos da greve dos caminhoneiros e pediram uma ação do governo para desbloquear as rodovias. Durante a reunião, o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, apresentou as propostas que a indústria apresentará aos candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano.

O Fórum Nacional da Indústria é um órgão consultivo da diretoria da CNI. Reúne os presidentes de 44 associações nacionais setoriais da indústrias e outros líderes empresariais, como presidentes de federações estaduais de indústrias.

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