Bolsonaro defende reforma da Previdência, redução de impostos e privatizações

Pré-candidato à Presidência da República foi o 3º a participar do Fórum FIERN Caminhos do Brasil, em Natal, nesta quinta-feira (17)

O presidente da FIERN, Amaro Sales, e o deputado Jair Bolsonaro, do PSL, no Fórum realizado pela federação

Pré-candidato do PSL à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro defendeu as reformas previdenciária, gradativa, e tributária, com simplificação e redução de impostos, além de privatização e redução da máquina pública, durante entrevista coletiva, nesta quinta-feira (17), em Natal. Bolsonaro é o terceiro presidenciável a participar do Fórum FIERN Caminhos do Brasil, promovido pelo Sistema FIERN - Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte. 

O plano de governo Bolsonaro será apresentado em agosto e, segundo ele, não será uma “peça de ficção”. Entre as discussões em fase avançada, está também a privatização de autarquias. Das cerca de 150 estatais existentes no país, o deputado defende privatizar ou extinguir um terço imediatamente e outro terço poderá ser privatizado. “Algumas estatais são estratégicas e não podemos desfazê-las apenas para combater a corrupção. Temos um estudo já avançado. Mas também não é jogar pra cima e ver quem pega, é privatizar vendo modelos que deram certo”, disse.

REFORMA TRIBUTÁRIA - O pré-candidato afirmou que a reforma tributária ficará a cargo da equipe econômica de governo, chefiada pelo economista Paulo Guedes, mas antecipou que irá simplificar e reduzir o número de impostos para permitir o maior empreendedorismo. “Precisamos facilitar a vida de quem quer empreender. Eu não quero ser patrão no Brasil. Precisa ter muita coragem para ser patrão no Brasil, dado os vários problemas que enfrentamos, legislação trabalhista, carga tributária, fiscalização”, avaliou.

Sem especificar quais propostas, Bolsonaro admitiu que copiará alguns pontos da política econômica americana, que serve como “inspiração”, e que adotará medidas “radicais”, mesmo levando em consideração que as economias dos dois países têm suas particularidades; além de despesas da União, que têm 93% do orçamento comprometido com gastos obrigatórios e paga mais de R$ 1 trilhão em rolagem da dívida. “O Trump, por exemplo, baixou drasticamente os impostos para os empresários. Em consequência, muitas empresas voltaram para os EUA e o emprego cresceu. Temos que fazer algo parecido aqui”, disse.

Ele também pretende copiar a legislação americana em relação às propostas para a política de segurança pública, caso seja eleito. “Eu me inspiro muito na legislação americana”, disse.

O pré-candidato afirmou que a reforma tributária ficará a cargo da equipe econômica de governo, chefiada pelo economista Paulo Guedes

REFORMA DA PREVIDÊNCIA - Segundo o político, a proposta para a reforma da Previdência deve começar pelo serviço público e de forma gradativa, com o aumento dos tempos de serviço e idades para aposentadoria. Para homens, no serviço público, passar de 60 para 61 anos de idade, e de 35 para 36 anos de serviço. E, para mulheres, de 55 para 56 anos de idade, e de 30 para 31 anos. “Precisamos acabar com a fábrica de marajás que há no serviço público. A reforma deve acontecer paulatinamente. O que resolve, de imediato, é colocar todo mundo para ganhar salário mínimo, mas eu não quero proletarializar o Brasil, porque isso se chama comunismo. E eu não sou comunista”, ressaltou.

Para Bolsonaro, a proposta de reforma política não depende do presidente. “O presidente é o último a apitar numa reforma político partidária, porque quem decide é o parlamento”.

ESTRUTURA DE GOVERNO - O pré-candidato do PSL à Presidência da República afirmou, durante a coletiva, que não terá indicações políticas ou partidárias em seus ministérios. “Não vou buscar governabilidade da forma que foi feita até hoje”, disse. E reiterou que não adotará o que chama de “política do toma lá dá cá”, em referência ao balcão de negócios instalado pelo atual Governo durante o processo para votação de projetos polêmicos, como o da reforma da Previdência, no Congresso. “A garantia que isto não ocorrerá é a minha palavra. As bancadas não votam de forma uniforme e eu tenho conseguido apoio de alguns deputados no Congresso”, destacou.

O deputado antecipou que, caso seja eleito, seu governo reduzirá o número de ministérios para 15, fundindo pastas por afinidade, dentro de uma reforma administrativa. “O Ministério da Agricultura, que eu pretendo fundir com o do Meio Ambiente, vai ser indicado pelos setores. Quem vai ser meu ministro da Defesa? Um oficial general de quatro estrelas, e não um desarmamentista comunista como era, por exemplo, Raul Jungmann ou Aldo Rebelo. Eu pretendo em torno de 15 ministérios, até para eu conhecê-los”, disse.

Ainda sobre a escolha dos ministérios, o pré-candidato espera começar a campanha com parte dos ministérios já decididos. E que um terço dos quinze ministérios deverá ser ocupado por militares. “No passado, tinha comunista e guerrilheiro e ninguém reclamava. Por que não pode ter um militar? Vou levar gente do meu meio, a Dilma levou o povo dela”, exemplificou.

O candidato acredita que a denúncia da Procuradoria Geral da República de racismo, ofensa às mulheres e povos indígenas não deve prejudicar sua campanha eleitoral. “Não prejudica, até porque não daria tempo de esse processo seguir destino, e outra, não cometi nenhum daqueles crimes”, disse.

Se for eleito, Bolsonaro diz que um terço dos ministérios de seu governo deverá ser ocupado por militares

POSSÍVEL SEGUNDO TURNO - A candidatura de Lula no pleito eleitoral deste ano é, para ele, uma “desmoralização da Justiça Eleitoral” e que isso não deverá ocorrer. “Ele está condenado, transitado e julgado em segunda instância. De acordo com a Lei da Ficha Limpa, ter homologado o seu registro de candidato é uma desmoralização. Ele está fora de combate”.

Bolsonaro afirmou ainda que não aceitará apoio de nenhum partido em um eventual segundo turno. Sobre o apoio das Forças Armadas à sua candidatura, Bolsonaro disse que os militares não têm partido e por isso nunca apoiaram ninguém. “O partido das Forças Armadas é o Brasil. Elas nunca participarão explicitamente do pleito político, particularmente cada militar vota em quem bem entender”, disse o pré-candidato.

Sobre o Nordeste, o deputado Jair Bolsonaro defendeu que é preciso libertar a região de algumas políticas assistencialistas. “O que tira o homem da miséria é o conhecimento. Não se pode dar o Bolsa-Família com propósito político eleitoral. É dar para quem precisa. E a gente sabe que ocorre fraude”, frisou. Os programas sociais devem ter um sistema de controle por amostragem.

OS PRÉ-CANDIDATOS NA FIERN:
26/03/2018 - João Amoêdo, pré-candidato à Presidência da República, quer reduzir intervenção do Estado na economia

07/05/2018 - Álvaro Dias defende refundação da República no Fórum FIERN Caminhos do Brasil

18/05/2018 - Bolsonaro defende reforma da Previdência, redução de impostos e privatizações

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